Cosméticos naturais: o que é importante saber? - Perla Procianoy Cosméticos naturais: o que é importante saber? - Perla Procianoy


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Cosméticos naturais: o que é importante saber?
Cosméticos naturais: o que é importante saber?

Julho 26, 2020

O que é importante saber sobre cosméticos naturais? E orgânicos? E cruelty free?

Clean beauty ou a procura por uma beleza “limpa”é uma tendência em todo o mundo e é importante que possamos entender o que, exatamente, isto significa.

Clean Beauty ou Beleza Limpa

Beleza limpa é um conceito que valoriza a transparência das fórmulas, a ausência de ingredientes tóxicos, a preferência por matérias primas naturais e de procedência segura, com pouca manipulação, priorizando menos e melhores ingredientes. Pequenas marcas com esta proposta e marketing consciente  vem sendo adquiridas por gigantes dos cosméticos. A Shiseido, por exemplo, adquiriu  a Drunk Elephant e Tatcha foi comprada pela Unilever.

É importante saber, entretanto, que não há definição oficial para o termo clean beauty ou beleza limpa, portanto na prática, significa o que o fabricante quiser. A promessa de produtos conscientes, não tóxicos, sem parabenos, sulfatos ou silicones , também podendo ser naturais ou veganos deve ser analisada caso a caso.

Cosméticos Naturais e Green Beauty

Na esteira da onda da beleza limpa, aumenta também a demanda por produtos naturais com menos ingredientes e mais tecnologia, que se preocupem com o impacto sobre o meio ambiente. Isto inclui políticas sustentáveis de extração, além de cuidado com as embalagens, que devem estar alinhadas ao conceito, com alternativas mais ecológicas. A cultura do refil, por exemplo, pode ser uma solução.

O que é importante saber sobre cosméticos naturais e o que faz um produto ser considerado natural? Vários países e regiões já tem as suas regulamentações, embora elas possam variar. No Brasil o produto deve ter pelo menos 70% das substâncias naturais de origem vegetal e animal inclusive as substâncias naturais derivadas. 

Um produto pode ser “green”e não ser limpo e vice versa, ou ainda o   produto natural pode ter ingredientes que não são seguros, são alergênicos ou nocivos, embora extraídos da natureza. Outro produto pode ter a fórmula transparente, usar ingredientes eficazes e de qualidade, mas que são sintéticos ou produzidos em laboratório.

Natural é Melhor?

Será que um produto extraído da natureza é sempre melhor para a saúde da pele? Há produtos naturais que são capazes de provocar alergias com grande facilidade, além de não ter o mesmo benefício de produtos sintéticos comprovadamente seguros. Além disso, há uma enxurrada de novos princípios ativos que ainda precisam passar pelo teste do tempo. 

Há  empresas que se preocupam apenas com ingredientes naturais e orgânicos. O foco principal não é evitar compostos que possam causar sensibilização ou irritação, como é o caso das fragrâncias e dos tão famosos óleos essenciais. Outras, no entanto, estão focadas em consumidores com sensibilidades e alergias, e vão colocar esses mesmo ingredientes naturais em sua lista de substâncias proibidas.

Ainda há casos de ingredientes naturais extraídos de forma predatória, com danos ao meio ambiente.

São muitas variáveis e é importante analisar os produtos individualmente, e não como grupo, levando em conta a finalidade, a segurança e as boas práticas da empresa, na hora de consumir.

Cosméticos orgânicos

A regulamentação existe, mas também varia conforme o país ou a região. Para ser considerado orgânico no Brasil, um cosmético deve conter pelo menos 95% de matérias-primas orgânicas (ou ainda 70% de matérias-primas orgânicas e rotulados como Feito com Ingredientes Orgânicos). 

Os produtos orgânicos em tese são  formulados e produzidos exclusivamente com ingredientes naturais certificados, dentro dos princípios da sustentabilidade. Seus resíduos não prejudicam a natureza e o processo produtivo preocupa-se com as comunidades envolvidas.

Cruelty Free e Testes em Animais

Com o surgimento de novas tecnologias, cada vez menos companhias testam em animais, porém devemos ter cuidado com os selos dos produtos. Há selos de “cruelty free”que só levam em conta o produto acabado e não se foram feitos testes das matérias primas. Quem leva em conta este fator na hora da compra precisa estar atento.

Green Washing

Depois de entender o que são cosméticos naturais, limpos e orgânicos, basta ler o rótulo e comprar o seu preferido, certo?

Infelizmente há mais um termo que vale à pena conhecer. Green Washing é vender a idéia de cosmético verde ou limpo, sem de fato executá-la. 

Há muitas companhias embarcando na moda verde, sem fazer o dever de casa. O ideal é informar-se o máximo possível para fazer boas escolhas.

Demonização dos Ingredientes

A transparência na composição dos produtos e um consumidor cada vez mais informado e consciente são a melhor parte destademanda mundial por cosméticos melhores. No entanto, é necessário ter cuidado com a qualidade da informação. Há ingredientes antigos e com eficácia comprovada praticamente banidos. A Sephora americana elenca mais de 50 ingredientes proibidos para que um produto receba seu selo de “limpeza”. 

A opção final da compra deve ser sempre do consumidor, que tem o direito de saber porque “sem parabenos”, “sem conservantes”ou “sem fragrância” é melhor (ou não).

Conservantes

Conservantes, por exemplo, são importantes para que os cosméticos tenham uma durabilidade adequada sem serem infectados por fungos e bactérias causadores de doenças. É virtualmente impossível haver um cosmético de qualidade sem conservantes.

Parabenos 

Uma das categorias mais famosas (e com má fama) são os parabenos, encontrados inclusive em filtros solares. Eles são  conservantes muito baratos, eficientes e pouco alergênicos, porém já se mostraram capazes de efeitos análogos aos dos hormônios em estudos in vitro e em animais. Estes efeitos nunca se reproduziram em estudos em humanos, muito menos há evidências de que parabenos causem câncer. Por outro lado, eles estão presentes em muitos produtos do nosso dia a dia e seus efeitos podem se acumular com a repetição da exposição. Dito isso, são usados há décadas e até hoje não foram relacionados e nenhum efeito clínico negativo. As evidências científicas são mutáveis e isto tudo pode mudar em breve, portanto vale permanecer atento.

Leu e não quer ver parabenos na frente? Ou achou tudo besteira? A opção é sua, mas saiba porque está escolhendo.

Fragrâncias

As fragrâncias, por exemplo, podem ser sintéticas ou naturais. As naturais podem ter sua estrutura modificada em laboratório e  as sintéticas podem ter estruturas químicas idênticas às suas versões naturais. O importante é que venha especificado o tipo de fragrância utlizado, para que seja possível identificar algum possível causador de alergia. 

Todas as fragrâncias, sejam elas sintéticas ou naturais, possuem algum potencial irritante para uma pequena parcela da população, mas não trazem maiores riscos à saúde.

Petrolatos

São produtos derivados de petróleos (vaselina, óleo mineral, parafina líquida) e matérias primas seguras, baratas e presentes em uma infinidade de produtos. A polêmica se refere muito mais ao impacto ambiental. Os produtos derivados de petrolato podem ter extração predatória e não são biodegradáveis, acumulando-se no ambiente

Silicones

O impacto é menor do que do petrolato e os silicones acabam sendo degradados no meio ambiente. No entanto, o processo pode ser demorado, causando problemas se houver acúmulo excessivo.

São, entretanto, muito seguros para uso humano.

Lauril sulfato e similares

São detergentes usados em produtos de higiene pessoal. Podem agredir cabelos crespos e secos e peles sensíveis, mas podem ser muito úteis em peles e cabelos oleosos.

Não são, em si, bons ou ruins e podem funcionar bem quando bem indicados.

É importante para a saúde da pele ter uma rotina de skincare e as opções (e dúvidas) são cada vez mais abundantes.

Informação é poder e quanto mais melhor. Conheça sua pele, leia rótulos, informe-se sobre ingredientes e empresas e faça suas escolhas de acordo com seus valores e sua saúde.


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